domingo, 27 de julho de 2014

Iansã do Balé

ansã é a dona dos ventos e tempestades, em sua essência é a senhora dos movimentos, das ações. Uma guerreira incansável que é inconstante e rápida, não espera nada vir para sua mão, tem gosto de ir buscar seja o que for, aonde quer que esteja. Foi isso que a fez ganhar essa qualidade.

Oyá estava cansada de se ver submissa ao domínio dos orixás masculinos, que eram detentores do poder. Então saiu pelo mundo visitando o reino de cada orixá-homem com a intenção de ter esses poderes também para si.

Ganhou nas matas o domínio do Ofá e Oxóssi lhe ensinou a se disfarçar de Búfalo, ganhando a sua pele e seus chifres. Na Forja aprendeu com Ogum a brandar a espada e a lutar exíminiamente. Com Xangô, sua parte masculina, aprendeu a manipular o fogo e a controlar os relâmpagos. Com Oxaguiã aprendeu a arte do pilão e assim por diante.

Andou o mundo até chegar no reino de Omulú. Lá tentou de tudo, mas o Orixá não se rendia a seus encantos. Se vendo sem alternativas Oyá dançou no vento pelos sete cantos do mundo em homenagem ao senhor da terra, que sequer se comoveu com o ato ousado da iabá.

Omulú já era bem velho, e conhecia o comportamento intempestivo de Iansã, mas se surpreendeu quando percebeu que ela, sem mais artifícios, prostou os joelhos no chão e pediu Agô. Pediu humildemente que Omulú lhe desse alguma sabedoria, e o velho vendo que finalmente ela havia entendido o que ele queria passar lhe entregou o domínio do cemitério e a responsabilidade das almas que lá se encontram.

Com seu Eruexim, instrumento sagrado feito com rabo de cavalo e cobre ou seu ramo de Mariwó, folha do dendezeiro, conduz os espíritos desencarnados para o Orúm ( Céu). Assim como não permite que os Eguns, espíritos, perturbem os vivos.

Ganhou o nome de Oyá Igbalé (cemitério).

Essa qualidade de Iansã, diferente das outras, se veste totalmente de branco ( como sinal de luto pelas almas desencarnadas que comanda).


A história de Iansã Oyá

Iansã Oyá tinha um pai adotivo e vivia com ele na mata. Ele era o maior de todos os caçadores.Um dia, morreu e deixou Oiá muito triste.

Ela decidiu que queria fazer uma homenagem para o pai.Embrulhou seus pertences de caça num pano, preparou suas iguarias favoritas.E dançou e cantou por sete dias, espalhando seu vento por toda parte e fazendo vir todos os caçadores da terra.

Na sétima noite, embrenhou-se na mata e depositou ao pé de uma árvore sagrada os pertences de seu pai.Olorum, que sempre vê tudo, ficou comovido.

Fez da jovem Iansã guia dos mortos no caminho sagrado, Orum Aiê e mãe dos espaços dos espíritos.

Fez de seu pai, Odulecê, um orixá.E do gesto de Oiá, o ritual ao qual todos os mortos têm direito: comidas, cantos, danças e um espaço sagrado...

Iansã teve muitos homens e de cada um ganhou uma coisa importante:

De Ogum, o ferreiro divino, ganhou nove filhos e o direito de usar a espada para defender-se e defender os outros;

De Oxaguiã, o jovem construtor, ganhou um escudo para proteger-se dos inimigos;

De Exu, o mensageiro, ganhou o direito de usar a magia e o poder do fogo para realizar desejos;

De Oxóssi, o caçador, ganhou o saber da caça para alimentar seus filhos;

De Logun Edé, o senhor das matas, ganhou o direito de tirar das cachoeiras os frutos d' água para seus filhos;

Com Xangô, o juiz, viveu o resto da vida e ganhou dele o poder do encantamento, o posto da justiça e o domínio dos raios.

Um dia, houve uma festa, todos os orixás estavam presentes.

Omulu-Obaluaê, o temido orixá das doenças, chegou vestido de palha. Ninguém o reconheceu e nenhuma mulher quis dançar com ele.

Mas eis que, de repente, Oyá-Iansã entra na roda e atrave-se a dançar com o Senhor da Terra.E tanto girava que levantou o vento, e o vento descobriu a palha de Omulu.

Todos puderam ver o quanto ele era belo.E o reverenciaram.Ele ficou tão grato que fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos, Oyá Igbalé, a condutora dos eguns, os espíritos dos mortos).E ela dançou de alegria a sua dança que convoca o vento.

As filhas de Iansã devem ser assim, apaixonadas, amantes dos temporais, amazonas de ventanias.


Maria Padilha do Cabaré


Maria Padilha conta...Foi criada no vilarejo de Portugal junto com seu pai e mãe e não teve irmãos, seu pai era muito humilde tendo como posse apenas seu teto que lhe amparava , sua mãe era muito procurada por ser considerada uma feiticeira muito poderosa e dona de incríveis magias (popular Bruxa )onde cobrava por cada feitiço feito concluído, o casamento de seus pais não foi construído pelo amor e por esse motivo as brigas eram constantes pelo casal , e isso a perturbava muito ,pois , sempre foi vaidosa e muito alegre e sonhava em ter muitas posses e grandes aventuras .O tempo foi passando e sua mãe em uma das brigas jurou seu pai de morte e assim fez, lançou sobre ele um feitiço e ele adoeceu e faleceu, e isso Maria não aguentou, pois seu pai era o único que lhe dava carinho e amor, pois tinha um ódio profundo por sua mãe.Quando completou seus 13 anos decidiu ir embora e ganhar a vida longe de sua mãe e seus feitiços, e novamente sua mãe lhe rogou "vá! mas um dia voltara a me procurar e pedira ajuda com os meus feitiços que sempre reprovou", sendo assim Padilha começou sua jornada em seu 1º cabaré e foi conhecida em todo vilarejo como "a Virgem " e cobiçada por vários senhores de posses e riquezas , naquela época ele já tinha completado seus 15 anos e
os rumores de uma prostituta Virgem chegou aos ouvidos do rei de Portugal, o rei então decidiu comprar sua virgindade por um valor considerável absurdo na época .O rei nunca teria tido prazer maior, alegria maior e beleza maior, então decidiu torná-la sua amante mesmo sabendo que correria riscos políticos e familiares, logo após observou que tinha talento e era apenas dele, mas tinha um poder incrível de liderança então lhe presenteou com seu 1º cabaré onde comandaria, mas não se prostituiria , sendo também uma faixada para manter seus encontros amorosos.Os anos foram se passando e Padilha se considerava rainha, mas nunca foi à mulher do rei e também não o amava mais o seduzia e ele fazia todos os seus caprichos, pois um cabaré apenas não bastava ele queria 7 , onde teria o poder de ser conhecida em todo reino e vilarejo..Uma linda noite apareceu um médico no cabaré muito conhecido na cidade, pois realizava qualquer tipo de trabalho não muito honesto na medicina, era ele que fazia abortos das concubinas, era muito rico por usar a medicina de uma forma onde o dinheiro valia mais que a vida (salvava vidas, mais também as tirava )jovial e muito inteligente , sábio e de uma luxuria incrível quando cruzou seus olhos aos da concubina do rei despertou um amor enlouquecedor , Padilha também se interessou por ele , ela diz que a presença dele lhe fazia bem e que se sentia segura ao seu lado mais não sabe se lhe amou .Manterão um romance, pois o rei viajava muito e ela não podia ariscar , mas mesmo assim conseguiu manter um romance ardente com seu médico no período que o rei estava longe.Em uma noite de muito movimento de um dos cabarés que comandava , subiu ao seu quarto para descansar ,quando se assustou com a entrada do rei e seus guardas e o médico que tanto lhe fazia bem , então o rei lhe perguntou : é este o homem que lhe visita todas as noites que não estou presente? Ela então respondeu que não estava se sentindo bem e ele fazia consultas e passava medicações para suas dores de cabeças insuportáveis,.O rei não acreditou e falou que existiu algo diferente no olhar dela, que ela nunca o olhou assim parecia ter sentimento .Enfurecido o rei falou ,vamos ver se o ama? Então o esfaqueou até a morte na sua frente, e Maria Padilha não podia fazer nada muito menos derramar uma lagrima ou sequer uma palavra de pena ou defesa por aquele homem que tinha um sentimento profundo, ela agüentou tudo calada e seu coração despertou um ódio e uma fúria incontrolável pelo rei, mas não podia demonstrar naquele momento.Mas uma coisa ela estava certa ela iria se vingar.Padilha explica que por o seu médico como assim o chamava a amava muito e lhe deu muito carinho e amor, e com o passar do tempo por ele a amar tanto não como uma prostituta, mas como uma mulher, ela começou a despertar um sentimento por ele que nem ela saberia explicar.O rei satisfeito que não teria mais a sombra do médico sobre Padilha comemorou bebeu e a possuiu e ela teve que suportar tudo aquilo com um lindo sorriso no rosto para que ele não desconfiasse dela e não a executasse também, ganhando tempo assim para tramar a sua vingança sobre o rei .No dia seguinte pensou que a única forma de eliminar o rei sem suspeitas era com feitiço e só havia uma pessoa que conhecia que poderia ajudá-la, como sua mãe havia rogado ela foi lhe procurar, chegando lá sua mãe já a esperava, falou que já sabia de tudo que aconteceu e que ajudaria a acabar com o rei , Padilha apressada perguntou seu preço ela respondeu que já havia sido paga e que ela seria rainha mas não mulher de rei na vida e na morte e seria conhecida em todo o inferno e teria muito poder , Padilha agitada perguntou se iria ajudar ou não .O feitiço foi concluído, pois Padilha havia colocado todo sua energia em sua vingança mesmo sabendo que pagaria um preço alto.Alguns dias se passaram e o rei adoeceu, pois era um homem que gozada de plena saúde e nenhum médico descobriu ,cada noticia de piora do rei que vinha a Padilha ela não conseguia conter as gargalhadas, pois estava obcecada por sua morte lenta e dolorosa.A notícia se espalhou por todo o reino, que o rei havia falecido de uma forma estranha e rápida.Como todos sabiam que ela era amante do rei e sua mãe era bruxa , e sua fortuna tinha sido conquistada por as luxurias que o rei lhe oferecia , desconfiaram e começou as conseqüências e a perseguição.Em uma tarde de sol anunciaram que queimariam uma bruxa, e a única bruxa que havia na cidade era sua mãe, não acreditando e vendo o cerco se fechar correu para o local do sacrifício e todos a olhavam com desconfiança, mas a temiam, pois também tinha poder na época que o rei havia concedido.Enquanto sua mãe queimava suas lagrimas sem querer desciam pelo seu rosto, pois independente de ter uma diferença ela era única pessoa que ainda lhe restava no mundo, e sua mãe mesmo queimando ainda tinha força de lhe chamar de rainha. Não esperou o espetáculo de horrores acabar correu até a casa de sua falecida mãe e se trancou lá, dormia e acordava em cima do seu livro de magias e disse que não sairia de lá enquanto não aprendesse todos os feitiços de sua falecida mãe. Assim fez.Quando retornou ao seu cabaré suas meninas estavam assustadas por que corriam boatos que a rainha de Portugal fecharia todos os cabarés da cidade.Assim aconteceu, não apenas fechou, mas queria cortar o mal pela raiz muitas fugiram outras não tiveram muita sorte. O ultimo cabaré foi de Padilha ela reuniu suas meninas e decidiu morrer sim, mas lutando. Foi uma longa batalha mataram muitos guardas e muitas das suas meninas morrerão, pois eram muitos homens contra poucas mulheres , e Padilha morreu lutando e feliz pois cumpriu sua vingança mesmo sabendo das conseqüências e foi conhecida como uma das rainhas do inferno e dos sete cabarés .
"Caros leitores pomba giras são seres individuais cada uma com a sua história, pois cada uma viveram em épocas e vidas diferentes "

terça-feira, 15 de julho de 2014

CARTA MAGNA DA UMBANDA

PALAVRA DO MESTRE Marne

Quando aquele Juiz Federal do Rio de Janeiro se manifestou dizendo que não aceitava a Umbanda e nem o Candomblé como religião, porque "não tinham bíblia ou alcorão" no mesmo instante em que eu fui avisado e olha que foi uns 15 minutos após a publicação do referido juiz, eu disse para quem estava me avisando: "Isso é coisa de nossos orixás!" e a pessoa ficou perplexa com a minha afirmação, retrucando: "Mas Mestre Marne,isto é um ataque discriminatório contra a nossa religião e o senhor diz que é coisa de nossos orixás?". Reafirmei "é sim!" para nós tomarmos iniciativas concretas quanto as normas que devem nortear nossa religião, pois até agora não temos nada!!E eis que surge o MPU através do Pai Ortiz seus amigos e seguidores com esta magnífica idéia da CARTA MAGNA DA UMBANDA para termos um posicionamento único sobre o conceito de nossa própria religião. O SUPERIOR ÓRGÃO INTERNACIONAL DE UMBANDA E DOS CULTOS AFROS -SOI/BR
com seus departamentos administrativos (Amarildo Pera)e ConselhoLiturgico (Marne Franco Rosa) abraçou esta causa e tudo fará para que este sonho se torne realidade: termos nossas normas devidamente registradas no Congresso Nacional.
Na CARTA MAGNA não constará nada que venha abordar assuntos de cunho litúrgico que faça parte de qualquer ritual praticado pelos nossos diversos terreiros de Umbanda. A intenção é de buscarmos opiniões e sugestões em todo o território nacional, principalmente nas Federações,Congregações, Uniões mais representativas em todos os Estados do Brasil. A partir do momento que tivermos este documento registrado e reconhecido pelos órgãos competentes do nosso país, estaremos protegendo nosso conceito básico,dando força a todas as casas que professam a fé religiosa da Umbanda. Aqueles que não professam de nossa fé, não poderão mais interpretá-la de forma errônea, dando conotações equivocadas e que influenciam a opinião pública. É isso que precisamos com a maior urgência possível, mesmo sabendo que este trabalho para ser completado levará mais de ano, o que acreditamos só teremos a CARTA MAGNA DA UMBANDA, devidamente corrigida com todas as opiniões que vierem para enaltecer a nossa querida e amada UMBANDA, somente em 2.015. Em breve estaremos registrando aqui ,já com as correções e opiniões dos que já colaboraram, a CARTA MAGNA DA UMBANDA.