terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Previsões para o ano de 2014

2014 - ANO DE OXOSSI E IANSÃ

O próximo ano (2014) será regido por Oxossi e Iansã, em virtude do ano se iniciar uma 4ª feira, sendo que pela Tábua Cronológica da Nação de Cambinda (que consideramos a mais perfeita, mesmo praticando a Umbanda de Omolocô) . Mesmo estando a Iansã no segundo plano, o ano correrá nos maiores acontecimentos pela égide Oxossi, que é quem estará em primeiro plano. OXOSSI, Rei das Florestas – Caçador de Almas – Rei das Matas,Reide Kêto e regente da terapêutica do espaço. Os filhos de Oxossi, cuja numerologia são apenas duas somas: 26 e 28, são desconfiados, fiéis aos seus amigos, extremamente cuidadosos em tudo, preocupa-se com o dia de amanhã. Bom amigo, calmo e explosivo. Quando Calmo chega a irritar, quando Bravo vai as raias da ignorância. Por estudos profundos que fizemos e outros estudiosos também fizeram, o filho de Oxossi traz um estigma ruim, ou seja, nasceram para serem solteiros, pois está sempre em busca da mulher perfeita que só existe na cabeça deles. No panteão africano, existe e esta é a verdade, 7 (sete) Orixás Maiores, sendo 4(quatro) masculinos e três (3) femininos. Sendo que os casais “perfeitos” ou quase perfeitos são: OXALÁ com a IEMANJÁ, OGUM com a IANSÃ, XANGÔ com a OXUM, sendo Oxossi o 4º orixá masculino, não tem parceira, ou seja, pode casar com qualquer uma das três: Iemanjá, Iansã e Oxum, porém tem dificuldades de fazê-las feliz, por ser um homem “diferente”. Depois de algum tempo casado, ele próprio se torna um homem infeliz. No campo da amizade, os filhos de Oxossi, são os melhores amigos que se pode ter, pois são de absoluta confiança. Dizem que os cultuadores de Oxossi, na África estão em extinção, mas não é bem isso que está ocorrendo. Na realidade eles são raros, pois apenas duas somas da numerologia é que se dá para filho de Oxossi: 26 e 28. Assim sendo, são realmente, muito poucos os filhos de Oxossi, no mundo todo.
Características dos Filhos de Oxossi: É amável e sincero para com os amigos. É capaz de tirar de si para ajudar um amigo. Estatura mediana para alta. Lábio inferior geralmente grosso. Pele delicada e morena. Individualista. “Caçador de si mesmo”.
DEFEITOS: Os defeitos nos filhos de Oxossi, é que são um tanto “fantasiosos” com os problemas alheios. E um dos piores defeitos dos filhos de Oxossi, é a “acomodação”, ou seja, não tem princípios de ganância (o que não seria defeito em algum momento), aceitam o pouco que tem e paradoxalmente aí reside a inconstância dele, gostam muito de mudar de residência e de novos empregos. Dificilmente são fiéis as suas parceiras, porque estão sujeitos a paixões “relâmpagos” á “primeira vista”. Desdenham pessoas preguiçosas e caseiras. Casa muitas vezes apenas para não ficarem na “solidão”. Galanteadores amáveis. São ligeiramente preguiçosos. Muitas
vezes “aumenta” ou “inventa” coisas. Consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas dificilmente termina algo. Tem imensas dificuldades em usar as palavras “meu amor”, “minha querida”, enfim de dialogar com a companheira, mesmo amando-a.

Porém quando perde a pessoa amada, entra em “parafuso”, ou seja, só valoriza a companheira quando a perde.

ACONTECIMENTOS MARCANTES NO ANO: Será o ano da Saúde, da sorte, da prosperidade, da amizade. A Medicina terá um avanço sensível, na cura e na prevenção nas doenças de Alzheimer, HPV (que ainda não tem nenhuma prevenção), avanço total na cura (erradicação) do câncer de mama. Avanço mundial do espiritualismo, a Reencarnação terá atenções do mundo todo, engajando-se religiões que ainda não aceitam ou tem restrições sobre o assunto. Valorização e Reconhecimento do homossexualismo, onde muitos povos aceitarão como fato natural e não como doença, pois realmente doença não é. A cultura africana ensina que o homossexual nada mais é do que o homem que nasce com orixá feminino na frente e a mulher nasce com orixá masculino na frente e isso não é doença é NATURAL. Atividades e Profissões valorizadas: Todas que se relacionarem com ervas e plantas e ainda, Pesca. Veterinária. Jornalismo. Marketing. Turismo. Ecologia e Representante Comercial. Na política, ano de eleições presidenciais, nenhum dos 4 (quatro) prováveis candidatos levarão alguma vantagem, pois pela numerologia, conforme datas de nascimento que chegou em minhas mãos: A Dilma, soma 29, é filha de Iemanjá; Aécio soma 20, é filho de Oxalá; Eduardo Campos, soma 30 é filho de Xangô e Marina: soma 33 é filha de Oxum. Portanto, nenhum tem nada com Oxossi e/ou Iansã.

COISAS RUINS DO ANO: Doenças: Estômago e regiões das pernas, joelhos e pés. Aumento considerável (perigoso) do aquecimento global, principalmente no 2º semestre. Vendavais, ciclones, tufões e terremotos, acima da média. Os aviões vão enfrentar muitas turbulências assustadoras, que poderão causar acidentes aéreos acima do normal. Irá aparecer uma nova doença fatal e altamente perigosa, uma espécie de transmutação da Aids.

OXOSSI: Dia da Semana: 4ª Feira – Cor: Verde – Sincretismo: São Sebastião
Símbolos Cabalísticos: Arco – Flexa – Penas – Dentes de Animais Selvagens – Saudação: Ókê Arô!!
IANSÃ: Dia da Semana: 4ª Feira – Cor: Azulão – Sincretismo: Santa Barbara
Símbolos Cabalísticos: Abano (Leque)- Raios – Espada Gamada – Saudação: Eparrêy!  

sábado, 7 de dezembro de 2013

Filhas de Iansã

A franqueza dos filhas de Iansã é sempre verdadeira, nunca dirão alguma coisa só para agradar. Seus elogios são verdadeiros, suas críticas são contundentes e suas opiniões diretas. Normalmente são adorados ou odiados. Corajosos não tem medo praticamente de nada, nem mesmo da morte, nas emergências consegue pensar com frieza e agir com rapidez, são dotados de profundo poder de observação, não há como manter nada escondido deles. Bem sucedidos nos estudos, porque tem auto-controle e aptidão para aprender com rapidez. São afetuosos e apaixonados , embora pouco o demonstrem. Os sonhos e pesadelos são quase uma constante para esses filhos. Na maturidade tendem  a desenvolver depressão e vão tentar  resolver sozinhos esse problema.

Pretos Velhos

Os Pretos e Pretas Velhas, na Umbanda, são entidades elevadas que se apresentam estereotipados como anciãos negros conhecedores profundos da magia Divina, da manipulação de ervas. São excelente mandingueiros, mestres dos elementos da natureza, os quais utilizam em seus benzimentos e trabalhos espirituais.
Crê-se que em referência à dor e aflição sofrida pelo povo negro durante a escravidão, a linha de preto velho reflita a humildade, a sabedoria, a paciência e a perseverança. Não necessariamente todos foram escravos. Sua sabedoria e humildade são características marcantes e sua calma e ensinamentos são profundos. Apresentam-se na Umbanda sentados em seus banquinhos atendendo seus “fios e fias” com uma linguagem simples porém sábias. A característica principal desta linha é a sua elevada orientação espiritual.
Àqueles que os procuram oferecem conselhos, orientação espiritual; receitam tratamentos caseiros, banhos de ervas, chás, entre outros, para os males do corpo e do espirito
Utilizam vários elementos nos seus trabalhos como o cachimbo, cigarros de palha (que usam como defumadores, para limpeza espiritual) e ervas.
A Linha de Pretos velhos na Umbanda é regida pelo mistério Ancião, na força do Orixá Obaluaê que é o Orixá sustentador da evolução, da transmutação e transformação dos seres. Mas os Pretos Velhos também se apresentam dentro da linha de outros Orixás.
Em sua linha de atuação eles se apresentam com nomes que individualizam sua atuação, conforme o seu Orixá regente, conforme acontecia na época da escravidão, onde os negros eram nominados de acordo com a região de onde vieram, por exemplo:
Congo - (Pai Francisco do Congo), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Iansã;
Aruanda - (Pai Francisco de Aruanda), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxalá. (Aruanda quer dizer céu);
D´Angola - (Pai Francisco D´Angola), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Ogum;
Matas - (Pai Francisco das Matas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Oxóssi;
Calunga, Cemitério ou das Almas - (Pai Francisco da Calunga, Pai Francisco do Cemitério ou Pai Francisco das Almas), refere-se a pretos velhos ativos na linha de Omolu/ Obaluayê;
Os nomes mais comuns com que se apresentam são: Pai João, Pai Joaquim, Pai Benedito, Pai José De Angola, Vovó Maria, Vovó Maria D´Angola, Vovó Maria Conga, Vovó Catarina, Vovó Benedita, entre outros.




quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cores das Guias

Oxalá: Branca

Oxossi: Verde

Xangô: Marrom

Ogum: Vermelha

Iemanjá: Azul Claro

Oxum: Amarelo

Iansã: Azul Escuro






Iansã

-Senhora dos Ventos e da Chuva
- Sincretismo: SANTA BÁRBARA
- Dia da Semana: QUARTA-FEIRA
- Cor: Azul Escuro 
- Regente das Chuvas, Ventos, Tempestades e Terremotos. Também conhecida por Oyá.
As filhas de Iansã são dotadas de uma sensualidade desenfreada. Temperamento ardente, impetuoso e autoritário. Arrojada, guerreira avassaladora. Dona de paixões ardentes e que preserva o que é seu, principalmente seus homens, seus amores.

Oxalá

O maior de todos os Orixás
Sincretismo: JESUS CRISTO
Dia da Semana: DOMINGO
Cor: BRANCA
Regente da PAZ, SORRISO E TRANQUILIDADE
O filho de Oxalá, tem temperamento audacioso e independente. Jamais se detém para ouvir opiniões alheias.Filhos de Oxalá tem muita dificuldades no lado do amor, pois em virtude de ser o maior de todos os Orixás, está acima dos demais, possuidor de uma invejável inteligência e românticos extremosos. Através de sua falsa humildade e aparente timidez, são sedutores por excelência. Por isso que o casamento de um filho de Oxalá só será perfeito se realizado com uma Filha de Yemanjá, pois verão que suas virtudes e defeitos se assemelham em muito. Com as filhas de Yemanjá são fiéis, porém se casados com filhas de Yansã ou Oxum, são infiéis e traidores. 

Iemanjá

Mãe de todas as Mães
Sincretismo: NOSSA SENHORA DOS NAVEGANTES
Dia da Semana: SEXTA-FEIRA
Cor: AZUL CLARO (Celeste)
Regente da Água Salgada, Senhora dos Mares, Símbolo da Fertilidade 
As filhas de Iemanjá são férteis, caso encontrar alguma mulher que possue esta numerologia e não tiver filhos, pode ter certeza de que não é clinico seu problema. As filhas de Iemanjá Kayala (numerologia 27) e as filhas de Iemanjá Ogunté (numerologia 29), tem dificuldades de engravidar, porém terão no mínimo um filho e jamais conseguirão passar de dois. As filhas de Iemanjá Ogunté e Kayala, carregam consigo as características de seus Santos. São rancorosas, severas e violentas, confundido-se muitas vezes com filhas de Iansã.

Oxum

Senhora das Águas Doces
- Sincretismo: NOSSA SENHORA APARECIDA
- Dia da Semana: SÁBADO
- Cor: AMARELA
- Regente do Amor, da Bondade e do Ouro. Rainha da Beleza, Senhora dos Rios, Lagos, Açudes e Cachoeiras.
As filhas de Oxum, são vaidosas, algumas ao extremo, como as Pandas, pois "limpam suas jóias, antes limparem seus filhos". Vamos esclarecer logo, sobre certas diferenças que existe nas características de uma filha de Oxum para outra. 

Ogum

-Senhor da Guerra
-Sincretismo: SÃO JORGE
-Dia da Semana: QUINTA-FEIRA

-Cor: VERMELHA 
- Regente do Ferro e do Aço
-Defensor dos Oprimidos
Os filhos de Ogum, são alvissareiros e belicosos como o próprio Orixá. Arrojados, metidos e muitas vezes bravos e exageradamente briguentos. Não suportam a força em todos os seus sentidos esmagar os indefesos. São defensores natos dos oprimidos. Rápidos de raciocínios e descuidados em emitir suas opiniões, pois não escolhe lugar nem hora para dizer a verdade.

Oxossi

-Senhor da Floresta Caçador de Almas
-Sincretismo: SÃO SEBASTIÃO
-Dia da Semana: QUARTA-FEIRA
-Cor: VERDE
-Regente das Matas, da Terapêutica do Espaço, Rei de Kêto.
Os filhos de Oxossi, são desconfiados, fiéis, extremamente cuidadosos em tudo, preocupa-se muito com o dia de amanhã. Bom amigo, calmo e explosivo: quando Calmo chega a irritar, quando Bravo, chega ir as raias da ignorância. Por estudos profundos, tanto os que fizemos como outros estudiosos.

Xangô

Senhor do Fogo, da Justiça e do Trovão
Sincretismo: SÃO JERÔNIMO
Dia da Semana: TERÇA-FEIRA
Cor: MARROM 

Regente das Pedreiras, da Justiça, do Fogo e do Trovão.
Os filhos de Xangô, são de um caráter violento e imperioso. Viril e atrevido. Justiceiro por excelência. Castiga os mentirosos, ladrões e malfeitores. 

Iansã

Embora tenha sido esposa de Xangô, Iansã percorreu vários reinos e conviveu com vários reis. Foi paixão de Ogum, de Oxaguiam, de Exu, Conviveu e seduziu Oxossi, Logun-Edé e tentou, em vão, relacionar-se com Obaluaê. Sobre este assunto, a história conta que Iansã percorreu vários reinos usando sua inteligência, astúcia e sedução para aprender de tudo e conhecer igualmente a tudo.
Em Ire, terra de Ogum, foi a grande paixão do guerreiro. Aprendeu com ele o manuseio da espada e ganho deste o direito de usá-la. No auge da paixão Ogum , Iansã partiu, indo para Oxogbô, terra de Oxaguian. Conviveu e aprendeu o uso do escudo para se proteger de ataques inimigos, recebendo de Oxaguian o direito de usá-lo. Quando Oxaguian estava tomado pe paixão por Oyá, ela partiu.
Pelas estradas deparou-se com Exu. Com ele se relacionou e aprendeu os mistérios do fogo e da magia. No reino de Oxossi, seduziu o deus da caça, mesmo com os avisos de sua mulher, Oxum, que avisara ao marido do perigo dos encantos de Iansã. Todavia, com Oxossi, Oyá aprendeu a caçar, a tirar a pele do búfalo e se transformar naquele animal, com a ajuda da magia aprendida com Exu. Seduziu o jovem Logun-edé , filho de Oxossi e Oxum e com ele aprendeu a pescar.
Iansã partiu, então, para o reino de Obaluaê, pois queria descobrir seus mistérios e até mesmo conhecer seu rosto (conhecido apenas por Nanã – sua mãe – e Iemanjá, mãe de criação). Uma vez chegando ao reino de Obaluaê, Iansã tratou de insinuar-se:
- Como vai o Senhor das Chagas?
No que Obaluaê respondeu:
- O que Iansã quer em meu reino?
- Ser sua amiga, conhecer e aprender, somente isso. E para provar minha amizade, dançarei para você a dança dos ventos!
(Dança que, por sinal, Iansã usou para seduzir reis como Oxossi, Oxaguian e Ogum).
Durante horas Iansã dançou, sem emocionar ou, sequer, atrair a atenção de Obaluaê. Incapaz de seduzir Obaluaê, que jamais se relacionou com ninguém, Iansã então procurou apenas aprender, fosse o que fosse. Assim, dirigiu-se ao homem da palha;
- Obaluaê, com Ogum aprendi a usar a espada; com Oxaguian, o escudo; com Oxossi aprendi a caçar; com logun-edé a pescar; com Exu aprendi os mistérios do fogo. Falta-me apenas aprender algo contigo.
- Você quer aprender mesmo, Iansã ? Então, ensinar-lhe como tratar dos mortos!
De inicio Iansã relutou, mas seu desejo de aprender foi mais forte e, com Obaluaê, aprendeu a conviver com os eguns e controlá-los.
Partiu, então Oyá, para o reino de Xangô. Lá, acreditava, teria o mais vaidoso dos reis e aprenderia a viver ricamente. Mas, ao chegar ao reino do deus do trovão, Iansã aprendeu muito mais que isso... aprendeu a amar verdadeiramente e com um paixão violenta, pois Xangô dividiu com ela os poderes do raio e deu a ela o seu coração.
O fogo é o elemento básico de Iansã. O fogo das paixões, o fogo a alegria, o fogo que queima. Iansã é o Orixá do fogo...
E aquele que dão uma conotação de vulgaridade a essa belíssima e importantíssima divindade africana, é digna de pena e mais digna, ainda, do perdão de Iansã.

Oxalá

Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra.
Ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxó, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã.
Gostava de guerrear e comer.
Gostava muito de uma mesa farta.
Comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas gostava mais de inhame amassado.
Jamais se sentava estavam sempre atrasados, pois eram muito demorado preparar o inhame.
Elejigbô, o rei do Ejigbô, estava assim sempre faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a guerra.
Oxalá então consultou os babalaôs, fez suas oferendas a Exu e trouxe para a humanidade uma nova invenção.
O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais fácil preparar o inhame e Elejigbô pode ser fartar e fazer todas as suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos agora o chamam de "Orixá Comedor de Inhame Pilado", o mesmo que Oxaguian na língua do lugar.

Oxumarê

Irmão gêmeo de Ewá e tendo com irmãos mais velhos Ossãe e Obaluaê - todos filhos de Nana – Oxumarê sempre foi frágil, franzino, mas dotado de grande inteligência e capacidade.
Um dia, viu-se frente à frente com Olokun pai de Iemanjá, que perguntou-lhe como poderia achar pedras brilhantes, preciosas.
Oxumarê pensou, pensou e respondeu ao Senhor do oceano:
- Meu rei, se quer as pedras preciosas, é preciso que faça um investimento e me dê seis mil búzios (moeda corrente na África antiga).
Respondeu Olokun
- Eu lhe dou!
E Oxumarê apontou para a própria casa de Olokun, o mar, explicando-lhe que nas partes rasas poderia encontrar o que procura. As pedras, nos pontos mais rasos do mar, brilhavam com a luz do sol.
Olokun ficou tão feliz que, além do pagamento dos seis mil búzios, ainda deu a Oxumarê a capacidade de transformar-se em serpente e poder, com a ponta do rabo, tocar a terra e com a cabeça tocar o céu.
Com tal poder, Oxumarê transformou-se em serpente, esticou-se até a terá de Olorun, no céu e com os seus mil búzios falou ao Criador:
- Pai, cheguei até o Senhor. Tive que esticar-me demais, para pedir-lhe ajuda, para fazer de mim aquele que tem capacidade de dobrar tudo o que tem.
E Olorun dobrou o número de búzios – de seis para doze mil.
Daí para frente, Oxumarê passou a ser consultado sobre os grandes negócios dos Orixás. Principalmente Xangô, que fez dele seu consultor, seus grande conselheiro, aumentando sua riqueza de deus do trovão, ao mesmo tempo em que a do próprio Oxumarê.
E este poder de se transformar em serpente e ir até o céu, originou uma saudação em forma de Orikí, muito bonito, que diz:
- Oxumarê ego bejirin fonná diwó.
"O Arco-íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo no punho."


Ossãe

Ossãe é filho de Nana, irmão de Obaluaê, Oxumarê e Ewá. Sempre foi muito circunspeto, introvertido, pensativo. Ainda jovem, partiu para floresta – que sempre o atraiu – e lá estudo as plantas, as árvores e aprendeu o segredo das ervas, cuidando dos animais feridos e fazendo experiências.
Deteve, assim, o domínio do poder das ervas. E sempre que algum outro Orixá precisava de uma planta, de uma erva, devia, em primeiro lugar, pedir autorização a Ossãe, e o senhor do verde.
Xangô, Reio de Oyó, achando que todos deveriam ter o conhecimento das ervas, pediu à Iansã, Senhora dos ventos, que convencesse Ossãe a dividir com os demais Orixás os mistérios e os segredos do uso da planta. Ela, por sua vez partiu para a floresta, sacudiu sua saia e fez gerar uma forte ventania, espalhando as folhas por todo o reino de Oyá e outro como Ketu, Ifé, Oxogbô, Abeokutá, Numpé, etc.
Ossãe assitia a tudo de forma impassível. Via suas folhas indo em direção a todos os reinos, sem dizer uma palavra. No fundo, o alquimista sabia que estava dividindo as plantas, as espécies e nada podiam fazer diante de tão forte ventania.
Vitoriosa, Iansã voltou ao reino de Xangô, certa do dever cumprido. Na floresta, Ossãe lamentava o vento que espalhara suas folhas mas, intimamente, sorria de forma irônica e comentou consigo mesmo:
- De que adianta as folhas, sem o segredo? De que adianta possuir a erva, sem o mistério? De que adianta possuir o ingrediente mágico, sem o poder de gera a magia?
Assim, Ossãe continuou como o mestre das ervas. Embora os outros Orixás também tenha suas folhas, ficou com Ossãe o segredo e a forma de encantá-la. De nada adiantou terem as folhas, se não sabiam usá-la ou aplicá-las. Para isso, continuaram a depender de Ossãe que, sabendo perdoar, continuou a curar, a dar receitas para gerar o encantamento, pois nada podia ser feito sem as ervas. Nenhum ritual daria certo sem o encanto das folhas, como até hoje.
Por isso, o africano nos ensinou, através de um Oriké (verso sagrado) o que significo, exatamente, o poder de Ossãe:
" Sem folha não há orixá, não há o Axé!"
(Kosi ewe, kosi orisa, diz o ditado iorubano)


Rosa Vermelha

Um casal de agricultores, pele clara, cabelos claros, eles tinham 4 filhos , a mais nova tinha 9 anos e diferentemente dos outros tinha pele morena e olhos negros,e sempre foi rejeitada por ser diferente,porem sua mãe dizia ? você puxou sua avó,mãe de seu pai?passa os dias á brincar na cozinha enquanto sua mãe faz as tarefas da casa ,pois até seus irmãos á rejeitava e não queriam estar com ela.Naquela época as famílias com mais poder aquisitivo tinham pequenos cemitérios em suas propriedades,e naquela casa não era diferente e lá era o único lugar q ela se sentia em paz sempre próximo á uma catacumba em especial,ali ela passava horas falando,conversando tudo o que não podia fazer em casa ali ela fazia,porém quando voltava para casa apanhava,porque tinha os afazeres da casa e ajudar á cuidar de um pequeno rebanho de vacas leiteiras ,o pai a maltratava muito.um dia obedecendo uma voz q vinha daquela linda catacumba,(que além de antiga parecia sempre estar sendo cuidada) dizendo:faça aqui um jardim!
E ela disse á mãe que queria fazer um jardim naquele lugar a mãe estranhou, mas como ela sempre nada podia fazer em casa resolveu ajuda-la.
 Em casa ela era sempre calada mas cemitério ela soltava o verbo ,os anos foram se passando e cada permanecia ali mais tempo ,certo dia aos 19 anos ficou tanto tempo,fora de casa ,quando chegou em casa seu pai lhe deu uma surra pois 2 de suas melhores vacas haviam morrido (ela as esqueceu no pasto em baixo de sol escaldante durante todo dia)e ele á bateu como nunca havia apanhado,machucada ela fugiu,sua mãe preocupada a procurava e não achava depois de 7 dias lembrou então do único lugar q a filha gostava de ficar o marido foi atrás,e conforme se aproximava dos fundos da propriedade sentia um forte perfume de rosas q ia ficando cada vez mais forte,chegando naquele velho cemitério viram a filha deitada em cima daquela catacumba e uma mulher de costas,ela parecia estar dormindo mas estava morta e em sua volta o jardim estava repleto de rosas vermelhas ao se aproximarem seu pai se ajoelhou enlouquecido dizendo ter destruído a vida da filha e reconhecendo que aquela mulher q estava do lado era a avó dela,a dona daquela catacumba, e que realmente eram idênticas só ele não via ou não queria ver.

 

Sete Saias

Segundo conta a lenda o motivo pelo qual tem esse nome é que a moça tinha sete amantes. Assim, para cada amante ela usa respectivamente uma saia. Estes amantes, enciumados entre si decidiram transformar a vida da moça, trancando-a em um casebre afastado como modo de puni-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu carcere...
Com muito sufoco, e força de vontade de viver, derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. Rastejando pela franqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e cuidaram dela. Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e provavelmente ela uma baronesa. E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam apedrejá-la. O marido apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa, comprando melhor e mais importante casarão daquele povoado. E assim, mandou convite a todos para um rico e abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.
E sete saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. Ela chamou todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbado, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. E no soar de palmas, entraram-se  empregados ao salão, carregando enormes barris de óleo. E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu  marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de todos os seus inimigos, chegando ao ponto de pedir a sua rica charrete para parar em frente ao casarão e ver seus inimigos se  incendiando.
As últimas palavras aos seus inimigos foram: "Livrarei vocês dos seus pecados com fogo!"


Exu

Exu é filho de Iemanjá e irmão de Ogum e Oxossi. Dos três é o mais agitado, capcioso, inteligente, inventivo, preguiçoso e alegre.É aquele que inventa histórias, cria casos e o que tentou violar a própria mãe.
Numa de suas muitas histórias, podemos entender exatamente suas capacidade inventiva, sua conduta maquiavélica e sua maneira pratica de resolver seus assuntos e saciar seus desejos.
Conta-se que dois grandes amigos tinham, cada um deles,um pedaço de terra, dividido por uma cerca. Diariamente os dois iam trabalhar, capinando e revirando a terra, para plantação.
Exu, interessado nas terras, fez a proposta para adquiri-las, o que foi negado pelos agricultores. Aborrecido, mas determinado a possuir aqueles dois terrenos, Exu procurou agir. Colocou na cerca um boné. De um lado branco, de outro vermelho. Naquela manhã, os amigos lavradores chegaram cedo para trabalhar a terra e viram o boné na cerca. Um deles via o lado branco e outro o lado vermelho.
Em dado momento, um dos amigos pergunto: - "O que este boné branco faz em minha cerca?" Ao que o outro retrucou: - "Branco? Mas, o boné é vermelho!"
- Não, não, amigo. O boné é branco, como algodão!
- Não, não é mesmo! É vermelho como o sangue!
- Não sei como você pode ver vermelho, se é branco, está louco?
- Não, o louco é você, que vê branco, se a coisa é vermelha!
Bem, daí desencadeou-se a maior discussão, até chegarem à luta corporal. E com as mesmas ferramentas de trabalho, mataram-se.
Exu, que de longe assistiu a tudo, esperando o desfecho já imaginado por ele, aproximou-se e assumiu a posse das terras, não sem antes fazer um comentário, bem ao seu estilo:
- Mas que gente confusa, que não consegue solucionar problemas tão simples!
Esse é o tipo de Exu!
Não quero passar a impressão de que se trata de uma coisa ruim, má, mas Exu é nosso próprio interior, é a nossa intimidade, o nosso poder de ser bom ou mau, de acordo, com nossa própria vontade. Exu é o ponto mais obscuro do ser humano e é, ao mesmo tempo, aquilo que existe de mais óbvio e claro.
Assim é Exu, Senhor dos caminhos, pai da verdade e da mentira. O Deus da contradição, do calor, das estradas, do princípio ativo de vida. O mestre de tudo... e nada!

Xangô

Filho de Bayani e marido de Iansã, Obá e Oxum, Xangô nasceu para reinar, para ser monarca e, como Ogum, para conquistar e solidificar, cada vez mais, sua condição de rei.
Uma das lendas que mostra bem o senso de justiça de Xangô, é aquela conta a história de uma conquista, feita pelo deus do trovão.Xangô, acompanhado de numeroso exército, viu-se frente à frente com o exército inimigo. Seus opositores tinham ordens de não fazer prisioneiros, destruir o inimigo, desde o mais simples guerreiro até os ministros e o próprio Xangô. E, ao longo da guerra, foi exatamente o que aconteceu. Aqueles que caíam prisioneiros dos exércitos inimigos de Xangô eram executados sumariamente, sem dó ou piedade, sendo os corpos mutilados devolvidos para que Xangô visse o suposto poder de seu inimigo.
Batalhas foram travadas nas matas, nas encostas dos morros, nos descampados. Xangô perdeu muitos homens, sofreu grandes baixas, pois seus inimigos eram impiedosos e bárbaros.
Do alto da pedreira, Xangô meditava, elaborava planos para derrotar seu inimigo, quando viu corpos de seus fiéis guerreiros serem jogados ao pé da montanha, mutilados, com os olhos arrancados e alguns com a cabeça decepada.
Isto provocou a ira de Xangô que, num movimento rápido e forte chocou seu machado contra pedra, provocando faíscas tão fortes que pareciam coriscos. E quanto mais forte batia mais os coriscos ganhavam força e atingiam seu inimigo.
Tantas foram as vezes que Xangô bateu seu machado na rocha, tantos foram os inimigos vencidos. Xangô triunfara, saíra vencedor. A força de seu machado de emudeceu e acovardou inimigo.
Com os inimigos aprisionados, os ministros de Xangô clamaram por justiça, pedindo a destruição total dos opositores. Um deles lembrou Xangô:
- Vamos liquidá-los a todos. Eles foram impiedosos com nossos guerreiros!
- Não! – enfatizou Xangô – meu ódio não pode ultrapassar os limites da justiça! Os guerreiros cumpriam ordens, foram fiéis aos seus superiores e não merecem ser destruídos. Mas, os líderes sim, estes sofrerão a ira de Xangô.
E, levantando seu machado em direção ao céu, Xangô gerou uma seqüência de raios, destruindo os chefes inimigos e liberando os guerreiros, que logo passaram a servi-lo com lealdade e fidelidade.
Assim, Xangô mostrou que a justiça está acima de tudo e que, sem ela, nenhuma conquista vale a pena, e o respeito pelo rei é mais importantes que o medo.
Esse é Xangô que, apesar de ser grande guerreiro, justo e conquistador, detesta a doença, a morte e aquilo que já morreu. Xangô é avesso a eguns (espíritos desencarnados). Admite-se que ele é numa espécie de ímã de eguns, daí sua aversão a eles.
Xangô costuma entregar a cabeça de seus filhos a Obaluaê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.
O elemento fundamental de Xangô é o fogo.

Oxossi

Filho de Iemanjá e irmão de Ogum e Exu, Oxossi sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado.
Seu irmão mais velho , Ogum, preocupado com a inércia de Oxossi, resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E assim foi. Ogum ensinou Oxossi o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Ossãe, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais de caça e aqueles que não se pode caçar.
O nome de Oxossi era Ibô, o caçador.
Um dia, Oxalá precisou de penas de um papagaio da Costa, para realizar o encantamento de Oxum, mas, praticamente, não se achava o animal. Oxalá então designou Ogum para encontrar as penas. Em vão o valoroso guerreiro e também caçador foi incapaz de achar o que Oxalá lhe pediu, sugeriu:
- Oxalá, estou tão envolvido nas conquistas que já não caço como antes. Porém, sugiro o nome de Ibô, meu irmão, que certamente é o melhor de todos os caçadores, e conseguirá as penas do papagaio da Costa como pretende.
E Ibô foi chamado. Perante ao deus da brancura, Oxalá, Ibô se posicionou e ouviu, atentamente, as ordens:
-Ibô, vá e consiga as penas do papagaio da Costa. Você tem exatamente sete dias para voltar...Disse-lhe Oxalá
E Ibô partiu para a flores, e durante dias procurou por sua caça. Quando lhe restava apenas um dia para esgotar o prazo dado por Oxalá, Ibô avistou os papagaios.
Com um flecha apenas – mirando com cuidado – atingiu, não apenas um, mas dois papagaios de uma só vez. Orgulhoso e como o sentimento da tarefa cumprida, Ibô partiu para o reino de Oxalá.
Mas seu retorno não foi tão fácil. No meio do caminho, Ibô deparou-se com um grupo de feras, que o atacou de surpresa, deixando-o muito ferido. Só não morreu porque suas habilidades de grande caçador o salvaram.
Bastante ferido, Ibô já não andava, arrastava-se. Na boca da floresta, Ibô avistou os portões de Ifé, reino de Oxalá, e via que eles. Lentamente, se fechavam à medida em que o dia acabava e a noite chegava. Num esforço enorme, Ibô reuniu todas as forças e chegou até os portões. Esticou o braço, segurando firmemente as penas de papagaio da Costa e somente estas conseguiram transpassar os limites de Ifê. Os portões se fecharam. Ibô, caído do lado de fora do reino, continuava segurando as penas de papagaio, presas no portão da grande morada de Oxalá. Ele cumprira o prazo.
Momentos mais tardes, ajudando pelo irmão Ogum, Ibô foi levado até a presença de Oxalá. Acreditando não ter conseguido, Ibô desculpou-se com o rei:
- Perdoe-me, Senhor! Não consegui chegar à sua presença com sua encomenda"
- Ao contrário, jovem caçador! – retrucou Oxalá – Seus esforço e seu coragem são admiráveis. As penas do papagaio da Costa chegaram a Ifé no prazo recomendado, e eu lhe parabenizo por isso. E como é tão bom caçador e de um bravura tão grande, passará a chamar-se Oxossi, o Senhor da Caça.
Assim sendo, Oxalá ergueu sua mão e dela um facho de luz atingiu Ibô, curando-o de todos os ferimentos e dando a ele trajes azuis turquesa, cor do encantamento do novo Orixá, Oxossi.
O elemento de Oxossi é a terra, e a liberdade de expressão seu ponto mais marcante. Por isso, nosso sentimento de liberdade e alegria estão profundamente ligados a Ode.... O senhor da arte de viver!

Oxum

Filha de Oxalá, Oxum sempre foi uma moça muito curiosa, bisbilhoteira, interessada em aprender de tudo. Como sempre fora mimosa e manhosa, além de muito mimada, conseguia tudo do pai, o deus da brancura. Sempre que Oxalá queria saber de algo, consultava Ifá. O Senhor da adivinhação, para que ele visse o destino a ser seguido. Ifá, por sua vez, sempre dizia à Oxalá:
- Pergunte a Exu, pois ele tem o poder de ver os búzios!
E este acontecimento se repetia a cada vez que Oxalá precisava saber de algo. Isto intrigou Oxum, que pediu ao pai para aprender a ver o destino. E Oxalá disse à filha:
- Oxum, tal poder pertence a Ifá, que proporcionou a Exu o conhecimento de ler e interpretar os búzios. Isto não posso-lhe dar!
Curiosa Oxum procurou, então, uma saída. Sabia que o segredo dos búzios estava com Exu e procurou-o para lhe ensinasse.
- Ensina-me, Exu! Eu também quero saber como se vê o destino.
Ao que Exu respondeu:
Não! O segredo é meu, e me foi dado por Ifá. Isso eu não ensino!
Exu estava intransigente. Oxum sabia disso e sabia que não conseguiria não conseguiria nada com ele. Partiu, então, para a floresta, onde viviam as feiticeiras Yámi Oxorongá. Cuidadosa, foi se aproximando pouco a pouco do âmago da floresta. Afinal, sua curiosidade e a decisão de desbancar Exu eram mais fortes que o medo que sentia.
Em dado momento deparou-se com as Yámi, empoleiradas nas árvores. Entre risos e gritos alucinantes, perguntaram À jovem Oxum:
- O que você quer aqui mocinha?
- Gostaria de aprender a magia! Disse Oxum, em tom amedrontado.
- E por que quer aprender a magia?
- Quero enganar Exu e descobrir o segredo dos búzios!
As Yámi, há muito querendo "pegar Exu pelo pé", resolveram investir na jovem Oxum, ensinando-lhe todo o tipo de magia, mas advertiram que, sempre que Oxum usasse o feitiço, teria que fazer-lhes uma oferenda. Oxum concordou e partiu.
Em seu reino, Oxalá já se preocupava com a demora da filha que, ao chegar, foi diretamente ao encontro de Exu. Ao encontrar-se com este, Oxum insistiu:
- Ensina-me a ver os búzios, Exu?
- Não e não! Foi sua resposta.
Oxum, então, com a mão cheia de um pó brilhante, mandou que Exu olhasse e adivinhasse o que tinha escondido entre os dedos. Exu chegou perto e fixou o olhar. Oxum, num movimento rápido, abriu a mão e soprou o pó no rosto de Exu, deixando-o temporariamente cego.
- Ai! Ai! Não enxergo nada, onde estão meus búzios? Gritava Exu.
Oxum, fingindo preocupação e interesse em ajudar, perguntou a Exu:
- Eu os procuro, quantos búzios, formam o jogo?
- Ai! Ai! São 16 búzios. Procure-os para mim, procure-os!
- Tem certeza de que são 16, Exu? E por que seriam 16?
- Ora, ora, porque 16 são os Odus e cada um deles fala 16 vezes, num total de 256.
- Ah! Sei. Olha, Exu, achei um, ele é grande!
- É Okanran! Ai! Ai! Não enxergo nada!
- Olha, achei outro, é menorzinho.
- É Eji-okô, me dê, me dê!
- Ih! Exu,. Achei um compridinho!
- E Etá-Ogundá, passa para cá....
E assim foi , até chegar ao ultimo Odu, Inteligente, Oxum guardou o segredo do jogo e voltou ao seu reino. Atrás de si, deixou Exu com os olhos ardidos e desconfiados de que fora enganado.
- Hum! Acho que essa garota me passou para trás!
No reino de Oxalá, Oxum disse ao seu pai que procurara as Yámi, que com elas aprendera a arte da magia e que tomara de Exu o segredo do Jogo de Búzios. Ifá, o Senhor da adivinhação, admirado pela coragem e inteligência de Oxum, resolveu dar-lhe, então, o poder do jogo e advertiu que ela iria regê-lo juntamente com Exu.
Oxalá quis saber ao certo o porquê de tudo aquilo e pediu explicações à filha. Meiga, Oxum respondeu ao pai:
- Fiz tudo isso por amor ao Senhor, meu pai. Apenas por amor!
"Ora Yê Yê, amor.... Ora Yê Yê, Oxum...

Ogum

Ogum é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranquilidade de seu mano Oxossi. Há quem diga, até, que Ogum zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranquilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogum cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em "ganha o mundo", como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogum viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogum tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogum iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogum partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogum se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogum é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogum é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogum também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogum é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogum está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogum está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogum a está mantendo e abençoado.

Iemanjá

Filha de Olokun, Iemanjá nasceu nas águas. Teve três filhos: Ogum, Oxossi e Exu.
Conta a lenda que Ogum, o guerreiro, filho mais velho, partiu para as suas conquistas; Oxossi, que se encantara pela floresta, fez dela a sua morada e lá permaneceu, caçando; e Exu, o filho problemático, saiu pela mundo.
Sozinha Iemanjá vivia, mas sabia que seus filhos seguiam seus destino e que não podia interferir na vida deles, já que os três eram adultos.
Comentava consigo mesma:
- Ogum nasceu para conquistar. É bravo, corajoso, impetuoso. Jamais poderia viver num lugar só. Ele nasceu para conhecer estradas, conquistar terras, nasceu para ser livre. Exu, que tantos problemas já me deu, nasceu para conhecer o mundo e dos três é o mais inconstante, sempre preparado surpresas; imprevisível, astuto, capaz de fazer o impossível, também nasceu para conhecer o mundo. Oxossi, meu querido caçula, bem que tentei prendê-lo a mim, mas no fundo sabia que teria seu destino. Ele é alegre, ativo, inquieto. Gosta de ver coisas belas, de admirar o que é bonito e é um grande caçador. Nasceu para conhecer o mundo também e não poderia segurá-lo...
Iemanjá estava perdida em seus pensamentos quando viu que, ao longe, alguém se aproximava. Firmou a vista e identificou-o: era Exu, seu filho, que retornara depois de tanto tempo ausente. Já perto de seu mãe, Exu saudou-a e comentou:
- Mãe, andei pelo mundo mas não encontrei beleza igual à sua. Na conheci ninguém que se comparasse a você!
- O que está dizendo, filho? Eu não entendo!
- O que quero dizer é que você é a única mulher que me encanta e que voltei para lhe possuir, pois é a única coisa que me falta fazer neste mundo!
E sem ouvir a resposta de sua mãe, Exu tomou-lhe à força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, pois Iemanjá não poderia admitir jamais aquilo que estava acontecendo. Bravamente, resistiu às investidas do filho que, na luta, dilacerou os seis da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Exu "caiu no mundo", sumindo no horizonte.
Caída ao chão, Iemanjá entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokun e ao Criador, Olorun. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo, dando origem aos mares.
Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos Orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros, na corte.
Iemanjá que, deste modo, deu origem ao mar, procurou entender a atitude do filho, pois ela é a mãe verdadeira e considerada a mãe não só de Ogum, Exu e Oxossi, mas de todo o panteão dos Orixás.